Para muitos motociclistas, balanceamento das rodas não é algo importante. A manutenção se resume a, quando muito, calibrar pneus e trocar o óleo. O resto só acontece quando a coisa fica mesmo feia e impede o uso do veículo, ou quase isso.
Um cabo de acelerador rompido deixa você a pé, assim como um pneu furado ou, pior que tudo isso, a quebra da corrente de transmissão, do câmbio ou do próprio motor. Porém, há componentes que, mesmo funcionando mal, não impedem a moto de andar, mas – acredite! – prejudicam a segurança, a dirigibilidade e também o seu bolso. Esse é o caso do balanceamento das rodas.
O que é o balanceamento? – É, resumidamente, equilibrar as massas da roda + pneu e tudo mais que faça parte desse conjunto, tal como o bico/válvula e, eventualmente, a câmera de ar. O objetivo é compensar os eventuais desequilíbrios do conjunto para obter uma distribuição de massas homogênea, eliminando vibrações amplificadas pela força centrífuga durante a rotação.
Como se faz e quais os tipos de balanceamento? – Acrescentam-se pequenos pesos em pontos específicos do aro da roda, visando compensar as diferenças detectadas na avaliação, que pode ser dinâmica ou estática.
Balanceamento estático – É feito manualmente, posicionando o conjunto roda/pneu em um suporte que permita girar a roda e detectar os pontos de desequilíbrio, eliminando-os através de pesos que podem ser aplicados ao raio da roda ou colados/encaixados no aro das rodas de liga leve.
Balanceamento dinâmico – É feito por meio de equipamento eletrônico que detecta as diferenças de massa tanto no sentido radial como no axial, equilibrando o aro em suas duas bordas (mais indicado para aros largos e motos de alta performance). Os pesos podem ser aplicados na área central e na lateral do aro.
Rodas levemente desbalanceadas praticamente não se percebem e isso leva muitos motociclistas a desconsiderar a importância do balanceamento rotineiro. Nas motos e scooters de baixa cilindrada, o pequeno peso do veículo, aliado às baixas velocidades, acaba “mascarando” o problema, coisa praticamente impossível se a moto for mais pesada, potente e, consequentemente, mais veloz.
É aconselhável balancear rodas com regularidade, especialmente ao rodar em estradas de pavimentação ruim. A cada troca de pneus, ou eventual conserto de furo, proceder ao balanceamento é obrigatório.
Os problemas acarretados por rodas desbalanceadas são vários: do ponto de vista prático, a moto se comporta de maneira instável, o guidão tende a vibrar e até mesmo em uma via perfeitamente asfaltada a sensação será a de estar rodando em uma superfície irregular. A maneabilidade também fica prejudicada, pois, dependendo do grau do desbalanceamento (especialmente na roda dianteira), a motocicleta apresentará instabilidade nas mudanças de direção ou nas curvas. Também as frenagens sofrem, principalmente em velocidades elevadas, pois rodas desbalanceadas causam perigosas oscilações.
Rodas desbalanceadas acarretam um prejuízo literal do lado financeiro, pois causam desgaste irregular dos pneus e, em casos mais extremos, afetam o sistema de transmissão secundária e componentes como aros da roda, seus raios, os rolamentos da roda e até mesmo as suspensões.
Enfim, não cuidar corretamente do balanceamento das rodas é algo que traz muitos problemas e, no final das contas, não há justificativa para descuidar desse item, uma vez que, entre as várias ações de manutenção que sua moto ou scooter demanda, o balanceamento das rodas é uma das mais rápidas e também mais baratas. Então, tá esperando o que para balancear rotineiramente as rodas de sua moto?