No finalzinho de 2006 dezenas de jornalistas especializados em motocicletas de todo Brasil foram reunidos em um local na capital paulista, São Paulo, e apresentados a um modelo inédito, a Honda Pop 100.
Alguns, talvez os que pouco conheciam a história da Honda, principalmente suas origens, se espantaram com a essencialidade do modelo. Mal-acostumados à alta tecnologia das motos da marca, ficaram chocados ao verificar o quanto a Pop 100 era simples.
O motor, derivado daquele usado na Dream e na Biz, trazia um câmbio simplificado, não mais de embreagem automática, mas sim convencional. As partes plásticas, mínimas, mal servia para cobrir a estrutura do chassi e envolver o farol. Um design no qual o aspecto estético, a beleza, dava lugar a eficiência: resumindo, pouca coisa para quebrar, pouca coisa para arranhar ou estragar em caso de tombo.
Um aspecto chamou a atenção de todos, o banco. Longo, confortável e que permitiria a pilotagem por pessoas de todo tipo, baixas ou altas, gordas ou magras. Enfim, uma Honda descomplicada, comum.
“Fará sucesso?” Esta era a pergunta na cabeça de muitos naquele dia de mais de 15 anos atrás. Hoje, um milhão e quatrocentas mil Pop fabricadas depois, é fácil verificar que a aposta da Honda estava certíssima. Aliás, uma jogada repetida, que já havia sido feita em 1958 quando a empresa lançou a Super Cub, o modelo Honda mais vendido desde sempre, e que em 2018 alcançou a marca de 100 milhões de unidades vendidas em todo o planeta.
A Honda Pop 100, assim como a Dream e as Biz são diretamente derivadas do conceito que inspirou a Super Cub, que conquistou a todos justamente por ser fácil e muito acessível. E como a história frequentemente se repete, a Pop virou queridinha, – a “Popzinha” –, quarto modelo mais vendido da Honda no país, perdendo apenas para a CG, Bros e Biz, sendo que em algumas regiões, como no Nordeste, ela representa 67% das vendas totais.
Capaz de fazer quase 60 quilômetros com um litro de gasolina, a Honda Pop é reconhecida pela sua resistência e capacidade de aguentar maus tratos. É a moto ideal para localidades remotas, com pouca ou nenhuma infraestrutura, mas mesmo com este perfil rústico a Pop ganhou, em 2016, um novo motor, de 110cc, tão confiável quanto o anterior, mais potente e ainda mais econômico, equipado com o sistema de injeção eletrônica PGM-FI.
Mais recentemente a Pop recebeu a segurança da frenagem CBS, um design renovado – mas ainda essencial, e três anos de garantia. Uma prova que a Honda e os brasileiros acreditam na Pop, e que aqueles poucos que torceram o nariz para o modelo 15 anos atrás erraram completamente seu juízo.