A resposta a essa importante questão é… Não! A Honda CRF 250F, ou mesmo as mais antigas CRF 230F e CRF 150F, são motos específicas para a prática do off-road, e por isso não tem equipamentos como pisca-piscas, espelhos retrovisores, lanterna com luz de freio, painel com velocímetro e outros itens obrigatórios para veículos que circularem em pelas vias públicas, sejam elas ruas ou rodovias. Esta “desvantagem”, na prática, faz delas motos muito melhores para praticar o fora de estrada de verdade, tanto em performance quanto no custo de manutenção; nas ruas e rodovias, no entanto, seu uso é limitado.
Antes da chegada da linha CRF às concessionárias Honda de todo o Brasil, era comum a adaptação de uma Honda XRE 300 ou 190, uma NXR Bros ou mesmo as antigas XR, XL ou XLX para o off-road. Por serem trails, e não verdadeiras motos de trilha, o trabalho de adequação exigia fazer opções: ou ficar na superficialidade, como por exemplo apenas trocar os pneus por outros mais apropriados para a terra, e instalar proteções para evitar danos nos tombos, comuns no off-road, ou… Radicalizar!
Isso significava depenar a moto de tudo o que é supérfluo para uso em trilha, evitando assim quebra de componentes como também a eliminação de peso. Ficava bom? Até que sim, mas nunca como uma verdadeira CRF, e ainda havia o inconveniente da transgressão às leis de trânsito, pois ao tirar a originalidade do modelo, de nada adiantaria a moto ter placa, ser efetivamente licenciada, algo que não é possível nas CRF 250L.
Diante desta realidade, a melhor opção é cumprir a lei e não ter problemas: caso se queira fazer do off-road um esport/hobby frequente, o ideal é optar pelas CRF, que devem ser transportadas até a trilha em picapes ou carretas, e não rodando. Porém, se a prática do fora de estrada for esporádica, e não radical, as trails com pequenas adequações (pneus, proteções…) podem dar conta do recado sem prejudicar o prontuário do motociclista junto aos órgãos de trânsito, e também sem correr o risco de ser apreendida. Lembre sempre que para rodar em vias públicas, equipamentos como pisca-piscas, lanterna, farol, painel e, claro, a placa, devem estar presentes e em perfeito estado de funcionamento.
O Brasil é um país privilegiado para a prática do off-road, tanto pela sua extensão territorial como pela variedade de paisagens e terrenos, e principalmente por não haver restrições para rodar nas trilhas, como por exemplo ocorre na Europa. Lá uma regulamentação que modera este esporte/hobby faz sentido por causa da grande densidade demográfica. Praticamente não existem trilhas distantes de centros urbanos, cuja população seria incomodada caso de não existisse limitações para a prática do fora de estrada.
Mesmo havendo grande liberdade e uma infinidade de estradinhas de terra e trilhas no Brasil, é obrigatório prestar atenção à legislação vigente para não ter problemas, e lembrar que a resposta para a pergunta muito frequente – “moto de trilha pode andar na rua?” – é um sonoro não!