Ah, os freios! Se não fosse por eles, certamente você não estaria lendo este texto. Parar, ou pelo menos reduzir a velocidade de sua moto ou scooter, é fundamental a toda hora, em todos os momentos. E quanto melhor funcionarem seus freios, mais segura será sua pilotagem, mais tranquilo seu trajeto, seja na cidade ou na rodovia.
Os sistemas de freios das motos e scooter atuais alcançaram um estágio de excelência impressionante. Sejam as pequenas utilitárias, as brutais superesportivas ou gigantescas tourer, a evolução foi enorme e passa por diversos itens. Duvida? Basta perguntar para um motociclista das antigas, um que sabia das coisas, para ouvir que, sim, freios, pneus e suspensões – não obrigatoriamente nesta ordem – são os itens que mais evoluíram.
Nesta primeira parte da série “Tipos de Freio” vamos tratar do freio a tambor a do freio a disco. Na sequência, a segunda parte abordará os sistemas CBS e ABS e, na sequência, fecharemos com os freios especiais aplicados às superesportivas de alto nível e máquinas de competição. Vamos lá…
FREIO A TAMBOR – É o tipo mais simples e comum, e geralmente equipa ambas as rodas das motos de menor potência, ou nas motos maiores apenas na roda traseira. Seu acionamento é mecânico, ou seja, a ligação entre manete e pedal é feita através de um cabo de aço flexível ou uma haste metálica, também conhecida como varão. A ação frenante do freio a tambor se dá através do atrito das chamadas sapatas de freio contra a face interna de uma espécie de “panela”, o tambor de freio. No passado este tipo de freio era também chamado de “freios de expansão”, justamente pelo fato das sapatas se movimentarem em direção das paredes do tambor. É um tipo de freio especialmente adequado para motos e scooters de baixo peso e potência, e suas vantagens são o baixo custo de construção e de manutenção. Aliás, o segredo da eficiência dos freios a tambor é justamente a correta manutenção: usar componentes originais e revisar o sistema com periodicidade, através de limpeza e lubrificação dos componentes.
FREIO A DISCO – Cada vez mais utilizado em motos de todo tipo, potência e tamanho, o sistema de freio a disco é composto do disco propriamente dito e o cáliper, também chamado de pinça. O freio a disco pode ser simples – um por roda – ou duplo na roda dianteira. O disco pode ser do tipo sólido ou ventilado (com furos), e variar seu formato, do mais usual tipo circular ao tipo ‘margarida’ ou ‘wave’, cujas bordas são irregulares. As pinças também variam: as mais básicas são as chamadas de “pistão simples”, mas existem as de pistão duplo e até triplo. A frenagem se vale da ação hidráulica: ao atuar sobre os comandos – manete ou pedal – um sistema se encarrega de aumentar a pressão em um circuito hidráulico fechado que, por sua vez, age sob a pinça, empurrando o pistão (ou pistões) que, por sua vez, atuam empurrando as pastilhas de freio contra o disco (ou discos). As pastilhas são compostas de material que, ao atritar com a superfície do disco, promove a redução da velocidade. Como no sistema de freio a tambor, é fundamental utilizar componentes originais (pastilhas, fluido de freio e discos) e revisar atentamente o sistema de maneira periódica.
DICAS
1 – A eficiência de qualquer sistema de freio, tambor ou disco, se reduz muito em função do uso intenso, que gera calor e a consequentemente a progressiva perda da eficiência do sistema.
2 – Água, lama e pó são inimigos dos freios. No sistema a tambor a vedação deve ser alvo de frequentes verificações. No sistema a disco, cujos componentes estão naturalmente expostos, causam maior desgaste e com ela vem a perda de efetividade da frenagem
3 – Cabos de embreagem exigem lubrificação periódica, assim como o fluido de freio tem prazo de validade, que consta do manual do proprietário.